segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Ciclone


A fala do corpo. De longe desejado, desejava.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Empatia



E as resoluções tidas como tão coerentes por vezes aparentam uma fragilidade descomunal. Através do véu vê-se a instabilidade, a delicadeza e o medo. E como conciliar tamanha inconsistência com demasiada verborragia?

"Aos vinte e seis [sete] anos, já deveria ser uma beata e não passo da mais devassa de todas as mulheres... Não se pode ter uma idéia de tudo quanto imagino, de tudo quanto quisera fazer; acreditava que, me limitando às mulheres, conseguiria tranquilidade; que meus desejos, uma vez concentrados em meu sexo, não transbordariam sobre o seu. Quiméricos projetos, meu amigo, os prazeres de que desejava me privar pareceram-me ainda mais tentadores e me apercebi de que, quando se nasceu para a libertinagem, é inútil querer dominar-se: os fogosos desejos irrompem com mais força."

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Novamente


Me disse vai embora, eu não fui

Você não dá valor ao que possui
Enquanto sofre, o coração intui
Que ao mesmo tempo que magoa o tempo
O tempo flui
E assim o sangue corre em cada veia
O vento brinca com os grãos de areia
Poetas cortejando a branca luz
E ao mesmo tempo que machuca o tempo me passeia

Quem sabe o que se dá em mim?
Quem sabe o que será de nós?
O tempo que antecipa o fim
Também desata os nós
Quem sabe soletrar adeus
Sem lágrimas, nenhuma dor
Os pássaros atrás do sol
As dunas de poeira
O céu de anil no pólo sul
A dinamite no paiol
Não há limite no anormal
É que nem sempre o amor
É tão azul

A música preenche sua falta
Motivo dessa solidão sem fim
Se alinham pontos negros de nós dois
E arriscam uma fuga contra o tempo
O tempo salta

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

A lua.


Delicadamente linda!

Prece da madrugada de sábado!



Bendito são os que não tem ouvidos porque herdarão o reino dos céus!

Tostines


O ódio que causa enjoo ou o enjoo que causa o ódio???!!!!

domingo, 7 de dezembro de 2008

Tensões


E as palavras não saem fluidas. Se embaraçam em meio à mágoas passadas.

E a tensão sexual que paira pelo ar? Mas as Madres Terezas não teriam a intenção... Ora, que cabeça mais pervertida!

O desejo fica restrito às quatro paredes do casamento. Sim, eu vi. Todas vimos.

Jamais, sou uma mulher casada!



Não desejo. Não faria. Não pensei, aliás, nem pensei.

E a puta sou eu.

Eu que nem queria. Que nem quis. Não ontem.

Noites mal dormidas.


Boa noite, tristeza!

sábado, 6 de dezembro de 2008

Código de acesso



- Quinhentos reais de "cultura", por favor?

- Ok. "Cultura" quentinha saindo...Aqui está seu troco.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Machadeando...


"(...)Avalias facilmente como fiquei depois de ler esta carta. Era um castelo que se desmoronava. Em troca do meu amor, do meu primeiro amor, recebia deste modo a ingratidão e o desprezo. Era justo: aquele amor culpado não podia ter bom fim; eu fui castigada pelas conseqüências mesmo do meu crime.


Mas, perguntava eu, como é que este homem, que parecia amar-me tanto, recusou aquela de cuja honestidade podia estar certo, visto que pôde opor uma resistência aos desejos de seu coração? Isto me pareceu um mistério. Hoje vejo que não era; Emílio era um sedutor vulgar e só se diferençava dos outros em ter um pouco mais de habilidade que eles.(...)"

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Mulher e drogas


Mulheres: substancias que alteram seu estado de consciencia.


Embora seja a definição de alguns grupos sobre drogas, parece que lhes caem muito bem.

Ora, defina inconsciencia... E não é que é?

Meta fixa + meios encantadoramente sórdidos + inconsciencia alheia = insanidade.

E o insano tira o fôlego, deixa zonza, ofegante. Sobe o sangue. Desce o desejo. Insana, insanas.

E depois "volver a la realidad" !

Então a fome, o marasmo.

A abstinência leva à ligação que leva à mediação do contato. E a recaída? Sempre ardente e deliciosa.

Insana!

Antiplano


A falta de perspectivas te fode de um tanto que só assim...

E o que é injustiça? No discurso acadêmico ela ganha contornos polidos e por que não, pálidos. E compactar as instâncias oculta zilhares de alternâncias desta, perdendo assim o foco de uma multiplicidade de desigualdades...

Pensar para além do discurso acadêmico que representa um micro pedaço do todo social, a menor ponta do iceberg. A exceção da exceção.

Minha instancia é velada, negada, minimizada.

Bom dia, tristeza!

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

E na oficina mecânica...



Ontem fui levar o carro pra arrumar o freio.

Sentada e lendo jornal enquanto o mecânico examinava o problema.

A atendente (mas pq oficina mecânica tem atendente mesmo?) vem com um sorriso gritante:

- Além do freio, mais alguma coisa?


Pensei: uma coca-cola com gelo e limão.

- Hã?

- Hoje você só vai ver o freio?

Céus! Que pergunta mais estapafúrdia! O que eu ia querer?

- Ah sim, claro! Peça pra ele examinar o carburador, vai que entrou alguma sujeira.

- Então, seria legal trocar este escapamento, né? Tá saindo fumaça...

- Sim, sim. Calibre os pneus e coloque 50 reais de gasolina!

Enquanto pensava tudo isso ela continuava sorrindo na minha frente.

A moça ficou sem graça e acredito que finalmente percebeu que não trabalhava mais numa lanchonete.

Eu tento ser uma pessoa melhor, juro que tento.

domingo, 16 de novembro de 2008

Agenda


Não esquecer: pintar a linha tênue de amarelo!!!

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Meio


Modo para se atingir um fim, moderação, processo, modo, via, condição.

Dia desses outra reclamava de ter sido meio para a amante. Perguntei-me quando é possível existir uma relação, seja ela qual for, em que a outra não o seja.
No desenrolar de um sábado à noite ‘uma outra’ pode ser meio para se aliviar a solidão, condição para se manter relações sexuais, modo para se garantir companhia no almoço de domingo ou ainda, início de um processo para que esta situação se repita por meses, anos, talvez décadas.
Se a mesma relação for demasiado casual o meio não deixaria de existir. Ainda que você quisesse almoçar sozinha no domingão, a aproximação serviria para você se auto-afirmar atraente, podia configurar-se um modo de assegurar às outras todo seu poder de sedução ou quem sabe, despertar nas outras o desejo de terem quiçá um dia.
Porém em relacionamentos fixos, a outra ainda se constituirá um meio. Meio para aliviar o estresse e rotina do relacionamento, modo de reavivar sua conquista, condição para se conseguir um sexo casual, ou ainda, meio de defesa para aliviar a desilusões. A conquista por vezes serve para equiparar, equilibrar seus sentimentos negativos. Ela é externa a si e à sua amada, sendo, portanto, parte de um processo que lhe ajudaria a lidar com as frustrações cotidianas.

È difícil admitir o quanto somos egoístas. No entanto se observarmos minuciosamente nossos relacionamentos afetivos ou afetos-sexuais, raramente eles não são pautados no eu. È o bem que a outra ME faz, a satisfação que ela ME proporciona, o carinho que ela ME dá, as risadas que ela incita em MIM, o prazer que ela ME dá, os sonhos que ela instiga em MIM, a dor que ela afasta de MIM.
A outra é sempre meio. Ainda que este meio seja o mais bem intencionado possível, nós nunca ficamos com ela unicamente para satisfazê-la.

O prazer é todo nosso...

domingo, 9 de novembro de 2008

Destino


Nao seria o ser humano fadado à vida solitária e no entanto insiste nesta insanidade de amar?

sábado, 8 de novembro de 2008

hello stranger ...


Eu sou estranha

Estranhamente louca

Desvairada

Insana

Passada

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Eu tenho um sonho...



Hoje vi o comentário do senhor Presidente da República sobre a eleição do primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos da América, quando a comparava à sua trajetória na política brasileira.
Acho que Luiz Inácio não era um aluno muito assíduo às aulas de História. Ou ao menos faltou às aulas de processo de independência da América do Norte, ou ainda aos movimentos negros, da luta que estes homens e mulheres tiveram que travar para freqüentar locais públicos naquele país.
Lá a segregação não se dava de forma velada como acontece no país da democracia racial, este em que o senhor Luiz Inácio é o poder maior. Lá, o mito de fundação era outro. Eles cresceram acreditando que eram seres superiores. Sorte nossa que os negros não se deixaram de fora desta construção. Uma luta árdua, à duras penas que culminou em 2008, 143 anos após a abolição da escravidão, na eleição do democrata Barack Obama.
Vale lembrar que nos EUA a população de negros não chega a 15%, bem diferente que na terra da pseudo democracia racial, onde eles somam quase 50%. Há ainda que se ressaltar que nas bandas de lá existe uma classe média negra: governadores, prefeitos, empresários, etc. Coisa que não se vê sob os domínios do senhor Luiz Inácio. Aliás, minto aqui se vê: a excessão para comprovar a regra.
A exclusão social gritante no Brasil é evidenciada pela forte resistência da sociedade em aprovar políticas públicas de inclusão para afrodescendentes.


- Cotas? Só se for pra pobres. Ora, estaríamos reproduzindo o preconceito.
- Existe racismo de negro que não gosta de branco também, você sabia?
- As condições são iguais para todos.


Meu pai dizia que uma prova que negros não prestam é que no presídio, a grande maioria é de negros.
Mas aqui é a terra da miscigenação. Aqui todos nós temos ao menos um parente vindo da África. Muito embora grande parte de nós não estudou África, nem ao menos sabe dizer mais que três países daquele continente, afinal, a História começa com as genos gregos ou seria com o Império Romano?

Mas somos bons atores. Não temos preconceito. Até tenho uma amiga negra.
E as estatísticas que se fodam.


Devaneios indignados.

A moça do sonho


Após uma prova conturbada saí em meio a uma multidão afoita e falante. De longe avistei alguém muito semelhante a mim. Mesma altura, uma calça sem bolsos que adoro (mas que já não entra mais) e uma blusa de frio vermelha.
Começa então uma caçada ao tesouro. Corro atrás da imagem por tempos, subindo e descendo escadas, correndo contra o fluxo da multidão, entrando em salas e quartos vazios, vendo as portas se fecharem, até que consigo encurralá-la.

Súbito me encantou
A moça em contraluz
Arrisquei perguntar: quem és?
Mas fraquejou a voz


Um sorriso doce e a resposta pronta e direta: eu sou você.
Acho que era o encontro dos meus sonhos. Enfim sós. Eu e meu espelho.

Há quem diga que é o cúmulo do narcisismo. Há ainda quem diga que eu estava drogada. Enfim, eu a vi.
Inicialmente meu desejo era fazer perguntas, entender o que se passava.
Mas o frisson não me deixou. Ela propositalmente tirou uma das blusas, foi a gota d água. Devo confessar que um bocado mais de melanina me fizeram inveja. Mas de resto, o encantamento fora tão grande que não tive duvida: queria beijá-la! Era agora ou nunca.

E assim foi. Alucinadamente. Indescritível, eu diria.
Acordei tensa, confusa. Ofegante!

Em nome de deus


Por dois meses trabalhei com quatro oitavas séries, cerca de 120 alunos, o tema, Segunda Guerra Mundial. Das questões políticas e econômicas à cultura.
Não seria novidade a ninguém dizer que meu enfoque foi o massacre nazista no holocausto, sempre frisando a necessidade de respeito às diversidades, sejam elas étnicas, religiosas, de orientação sexual, etc, etc, etc.
Por vezes me senti cansada e quase inútil, pois alguns conceitos de "norma" estão tão engendrados naqueles adolescentes que desconstruí-los é tarefa para anos.
Mas alguns vídeos e imagens foram fundamentais para sensibilizá-los e ao fim do trabalho, as redações me mostravam que eu havia tocado a grande maioria deles.
Até chegar Jesus.
Não, Jesus não um aluno neo-nazista. È o Jesus de Nazaré mesmo. Aquele homem bom, sábio, que dizia "vinde a mim às criancinhas", que pregava o amor ao próximo.
Este bom homem, aqui, personificado por um professor de geografia, formado pela UEL, cristão até seu último fio de cabelo. Ele entrou em uma daquelas salas e disse em alto e bom tom que no nazismo, "os judeus e homossexuais tinham mesmo é que ter morrido".
E algo tão absurdo que tive dificuldade em escrever.
Céus, como alguém que se autodenomina seguidor do Cristo pode conceber a idéia de assassinato de pessoas a partir de sua orientação sexual ou por estarem esperando o messias até hoje?
E que deus é esse: cruel, excludente, cretino eu diria.

Ora, é o mesmo deus criador de tais "aberrações". Sim porque lembremos que "no princípio" de deus criou o homem. Ele criou o negro, o judeu, o homossexual, a travesti... Ele criou pessoas diferentes que não fazem mal a outrem, porém sofrem este mal.

E por cinco minutos eu quis que deus existisse para saber que haveria um julgamento divino e que neste julgamento o tal professor fosse enviado ao inferno, sem parada pro café.

Depois que a raiva passou tive pena dele. Que vida mais inútil, mais sem alegrias, sem sentido vive este mal fadado homem. Não consegue nem ao menos interpretar o que o bom e velho Jesus disse quando esteve por estas bandas de cá...

Enfim, devaneios...

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Mentira


Hoje eu menti pros meus alunos.
Primeiro me perguntaram se eu acredito em deus.

Contextualizando: periferia da periferia, último ano do Ensino Médio, noturno, a maioria trabalha o dia todo, quase dorme em sala de cansaço, vive numa pobreza absoluta. Deus pra eles é a única esperança.

Fiquei com medo de dizer que não acreditava. Era negar a vida deles.
Visto que sou professora de filosofia, eles esperavam que eu dissesse que não acreditava, mas iam pedir justificativas.

E justificar que você não acredita que aja algo que vá além do que seus olhos alcançam, que não existe nada que vá lhe salvar a hora que você não agüentar mais... Naquele contexto è no mínimo cruel.

Mas fazia tempo que não mentia sobre mim pros meus alunos. É ruim.

Mas vendo-os falarem de deus e suas peripécias, por um instante eu queria acreditar também, pra achar que a vida deles mudaria um dia, ainda que no paraíso celestial.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Imagens


Se partirmos do princípio que só existimos a partir da imagem que o outro formula sobre nós mesmos, fica bem difícil não nos importarmos demasiadamente com a forma que tal imagem está sendo construída.
Ora, ninguém quer uma imagem de si desfocada, desproporcional ou ainda alheia às suas expectativas.
E que imagem eu faço de mim mesma??? É óbvio que na maioria de nós, a imagem é bela, coerente e por vezes semiperfeita. Com explicações plausíveis para os detalhes sórdidos. Todos, minuciosamente justificados.

Porém todos contribuímos assiduamente para a formulação da nossa imagem no outro. Ora com sutilezas, conquistas, palavras, ideologias.

As ideologias são as que mais me incomodam. Pois estas constantemente estão anos luz além da realidade. Questiono por que é tão difícil firmar-se para além das convenções sociais ou ainda das atribuições e papéis nos impostos socialmente, sejam eles estéticos, comportamentais, sentimentais ou o diabo a quatro.

E preparamos nossos discursos, talvez os ensaiando frente aos espelhos, falando sozinhos enquanto dirigimos, antes de dormir, quando esperamos na fila do banco, na sala de espera do consultório médico. Ensaiamos sermos pessoas boas, conexas, fiéis ao outro.

Mas e a fidelidade à mim mesma, onde fica? E a fidelidade aos meus medos, aos meus desejos? Desejos que encontro também quando estou só, quando não tenho outros por perto. O que faço com ele?

Pra muitos é fácil elegê-los irracionais e, portanto botá-los numa caixa (de pandora?) e deixá-los adormecidos.

Creio ser uma questão fundamentalmente intima, logo, não me sinto no direito de julgar quais são os paradigmas que regem suas decisões.

No entanto muito me indigna o julgamento alheio às decisões, eleições de prioridades de outrem. Das pessoas que tentam ir além da convenção, ainda que pra isso paguem o preço de ter sua imagem turva, opaca, obscura: Da rainha Má!

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

De pai pra filho


- Pai, vamos pegar aquele carrão ali pra gente?
- Não filho, aquele carro não é nosso.
- É de quem, então?
- É do homem.
- Hum. E por que que não é n0sso?
- Porque nós não temos um carro, filho.
- Por que?
- Porque precisamos trabalhar pra comprar. Juntar dinheiro e um dia comprar nosso próprio carro. É assim que funciona.
- Ah não, pai. Vamos pegar aquele mesmo, então.
- Se pegarmos aquele, filho, a polícia vai vir atrás de nós.
Ah! A gente corre, oras.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Terráquios

Os seres humanos são podres!!!!

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Pérolas


Curso de capacitação de professores de História. Show de horroes.

* "Pra mim ver"
* "Somos a elite da sociedade"
* "Na Austrália ainda existem comunidades primitivas. Pri-mi-ti-vas!"
* "Quando você realmente SE DEBATE sobre um documento"
* "A imagem foi feita no século dezoito (escrevendo no quadro XIII)"
* "Quem vê meu copo verde e rosa pensa que eu to torcendo pra Mangueira. Tinha que ser vermelho e verde, aí ia ser do MENGÃO"
* "E o que é anacronismo? Uma mentira"
* " Pode me chamar de J.G." "J.G.? de (J)Getulio e Geisel?"
* "Livro didático não é Bíblia, gente!"
* "A minha escola parece Corithians e São Paulo"
* "Em 1991 aconteceu o que? A queda do muro de Berlim"
E insistem em dizer que o maior problema da Educação é a indisciplina...

Na sala dos professores II


A discussão era sobre estratégias para diminuir o número de evasão entre alunos que estudam no período noturno.


A mesma professora, a tosca:


"O negócio é trazermos a realidade dos alunos para a sala de aula. Revistas, jornais, assuntos recentes, dinâmicos. Chega de dar Machado de Assis pra eles lerem. Dom Casmurro não dá futuro pra ninguém."
PS. A mula é professora de Português.

Na sala dos professores...

Na TV, a partida que decidia a medalha de ouro das Olimpíadas de Pequim. Futebol feminino.


A professora tosca: Estas meninas brilhando, gente! Que orgulho que dá! E pensar que há pouco tempo atrás a gente falava que elas eram sapatonas, né?


Pois é!

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Diálogos militantes



Diálogos na militância...

Em conversa com uma travesti num evento em Piracicaba...

- Menina, eu to louca de tesão pelo Régis*, nao to conseguindo nem ficar na roda porque a esposa dele está lá.

- Sério guria? Tesão é incontrolável, nao se culpe por isso...

- É mas eu já nao controlo nada né? Pois primeiro eu gostava de mulheres, depois percebi que eu gosto de homens, e agora o Régis... São tantos gêneros em mim que eu to me sentindo GENERALIZADA!!!

A frase foi tão densa q só compreendi seu significado na viagem de volta...

"Ao corpo todos os sexos"



...

*Regis é um belo transexual masculino!

domingo, 13 de julho de 2008

Encontro marcado.

Meninos são práticos. Ou querem ou não querem. E geralmente querem. Em geral, têm mais liberdade, tanto com o outro, como consigo.
Ainda que conscientes de forças que lhes impõem comportamentos, não somos a-históricos, portanto, os internalizamos... de uma forma ou de outra.


Á procura de novos amigos, e aqui não generalizo o gênero, estou realmente falando de homens, preferencialmente homossexuais, fiz um amigo virtual.
Estudante de artes cênicas, simpático e com alguns assuntos em comum. Diversos diálogos nos aproximaram e a vontade de cristalizar a amizade levou-nos à um encontro.

Um beijo roubado, às 20h30, no cine com tour, na bela Londrina.

Chego de mãos dadas com minha namorada. Ele fumando em frente ao cartaz do filme, vestindo um jeans básico e jaqueta de couro. Barba rala, mas muito coerente, óculos estilosos.

- Rodrigo!!!

Um sorriso simpático me convidou ao abraço e às apresentações iniciais. Minutos após a chegada, meu amigo entra só no cinema, senta-se numa poltrona de forma a quase passar despercebido.

Ainda assim, vamos atrás. Filme rolando, nós duas no auge da paixão... beijos, abraços, carinhos e chocolates.
Ao final do filme, ele gentilmente me diz que precisa ir ao banheiro. Enquanto tomamos água, Rodrigo sai às pressas do cinema, sem se despedir e sem ao menos olhar pra trás.

Ora, num mundo demasiado egoísta, soube que aquele amigo virtual nao tinha interesses análogo aos meus, frustrou-se por alguma razão e se foi.

Ainda assim, chateou-me a insensibilidade de um garoto tao doce. Enfim...

Dia seguinte, no meu orkut o recado era preciso:

"Márcia, me perdoe por ontem. Você me deu o celular errado porque tentei te ligar sem sucesso. Houve um contratempo e não conseguir chegar em casa a tempo de ir ao cinema."