Hoje vi o comentário do senhor Presidente da República sobre a eleição do primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos da América, quando a comparava à sua trajetória na política brasileira.
Acho que Luiz Inácio não era um aluno muito assíduo às aulas de História. Ou ao menos faltou às aulas de processo de independência da América do Norte, ou ainda aos movimentos negros, da luta que estes homens e mulheres tiveram que travar para freqüentar locais públicos naquele país.
Lá a segregação não se dava de forma velada como acontece no país da democracia racial, este em que o senhor Luiz Inácio é o poder maior. Lá, o mito de fundação era outro. Eles cresceram acreditando que eram seres superiores. Sorte nossa que os negros não se deixaram de fora desta construção. Uma luta árdua, à duras penas que culminou em 2008, 143 anos após a abolição da escravidão, na eleição do democrata Barack Obama.
Vale lembrar que nos EUA a população de negros não chega a 15%, bem diferente que na terra da pseudo democracia racial, onde eles somam quase 50%. Há ainda que se ressaltar que nas bandas de lá existe uma classe média negra: governadores, prefeitos, empresários, etc. Coisa que não se vê sob os domínios do senhor Luiz Inácio. Aliás, minto aqui se vê: a excessão para comprovar a regra.
A exclusão social gritante no Brasil é evidenciada pela forte resistência da sociedade em aprovar políticas públicas de inclusão para afrodescendentes.
- Cotas? Só se for pra pobres. Ora, estaríamos reproduzindo o preconceito.
- Existe racismo de negro que não gosta de branco também, você sabia?
- As condições são iguais para todos.
Meu pai dizia que uma prova que negros não prestam é que no presídio, a grande maioria é de negros.
Mas aqui é a terra da miscigenação. Aqui todos nós temos ao menos um parente vindo da África. Muito embora grande parte de nós não estudou África, nem ao menos sabe dizer mais que três países daquele continente, afinal, a História começa com as genos gregos ou seria com o Império Romano?
Mas somos bons atores. Não temos preconceito. Até tenho uma amiga negra.
E as estatísticas que se fodam.
Devaneios indignados.