sexta-feira, 19 de março de 2010

Factível


Mas é a condição libertadora: o mundo que se vê talvez não seja tão tranquilizador quanto o visto pelos amantes apaixonados, mas estes enxergam mais longe.

Que tange


Não ter alguém para amar é inseguro e desconfortável: pode fazer com que caia sobre sua cabeça a hostilidade ansiosa das pessoas para quem o desamor indica independencia corrosiva do espírito.

segunda-feira, 1 de março de 2010

E deus disse:


Não toquemos na vida nem com as pontas dos dedos.
Não amemos nem com pensamento.
Que nenhum beijo de mulher, nem mesmo em sonhos, seja uma sensação nossa.

Fernando Pessoa

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Convenção?


...

Breu é quando tu te afastas ou dizes

Que viajas, e um sol de gelo

Petrifica-me a cara e desobriga-me

De fidelidade e de conjura. O desejo

Esse da carne, a mim não me faz medo.

Assim como me veio, também não me avassala.


H.H

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Avidez cotidiana


Que dá dentro da gente e não devia
Que desacata a gente, que é revelia
Que é feito uma aguardente que não sacia

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Farta de semideuses



Ontem assisti Che com amigas. Uma delas (ainda que negue) partidária do socialismo, me acusou (xingou?) de leitora da Veja quando zombei da figura dócil do argentino pintada na telona, bem diferente do autoritarismo e radicalismo que nós historiadoras conhecemos.
Diferente da minha amada amiga, não leio e não li a Veja, não faço ideia da matéria a que ela se referia. No entanto, ainda que não tivesse nenhum conhecimento ou crítica à tais idealistas a qualquer preço, não me dignaria a acreditar que os fins justificam os meios. Nem eu, nem Maquiavel.

Penso sempre nas consequências das boas intenções! Quantas pessoas morreram por não aceitarem a luta armada de Che? Quantas pessoas sofreram com o abuso de poder (por vezes sexual) dos seus homens, abuso esse que o filme pinta como alheio ao conhecimento do guerrilheiro?

Sim. Há mais de 50 anos cubanos morrem por causa de um embargo ridículo e desumano inventado pelos norte americanos. Mas até quando os ditadores cubanos vão sustentar tamanho massacre? Ainda que ele tivesse boas intenções...

Aquele Che demasiado borrado apenas satisfaz nossa necessidade de heróis.

Hoje quando acordei ainda puta com a tal discussão, lembrei do fragmento abaixo do Álvaro de Campos. Fica a dica.

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos, 

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo? 

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Cotidiano


Mimar você

Nas quatro estações

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

l'assenza di essa


Lá fora, amor, uma rosa nasceu, todo mundo sambou, uma estrela caiu
Eu bem que mostrei sorrindo, pela janela, ah que lindo
Mas Carolina não viu...