terça-feira, 31 de março de 2009

Love isn't blind!


A anestesia que cega

e acovarda ...

Ato de tornar conhecido o que estava escondido.


Seria talvez a apatia cotidiana um brado do eu mais remoto tentando atear, ainda que amenamente, a retina dos olhos tomados pela catarata que a alienação lhe causou?

segunda-feira, 30 de março de 2009

Inferno astral


...tudo sempre igual...

segunda-feira, 23 de março de 2009

para analisar


nova categoria de analise

esterica covarde

segunda-feira, 16 de março de 2009

Crise


Uma vez eu falei pra uma amiga que excesso de controle nao era legal e ela me repondeu que "alguém" tinha que o ter.

A apatia diante da vida, dos carros passando, das pessoas viajando, vivendo, morrendo, nascendo. A espera pelo eterno amanhã, que por vezes chega tão desfigurado pelo tempo.

A indiferença... ai a indiferença. Aprendamos a lidar com ela? E o que fazemos com as cocegas que insistem em nos incomodar ora ou outra?

Desapegue-se de pequenos detalhes. Hã?

Pra uns detalhes, pra outros, um vulcão em erupção...

Devaneios ao som de Milton Nascimento...

Para quem quer se soltar invento o cais
Invento mais que a solidão me dá
Invento lua nova a clarear
Invento o amor e sei a dor de me lançar
Eu queria ser feliz
Invento o mar
Invento em mim o sonhador
Para quem quer me seguir eu quero mais
Tenho o caminho do que sempre quis
E um saveiro pronto pra partir
Invento o cais
E sei a vez de me lançar

Leitura pela manhã que me fez lembrar...

A poesia
a poesia está guardada nas palavras
É tudo que eu sei
Meu fardo é não entender quase tudo
Sobre o nada eu tenho profundidades
Eu não cultivo conexões com o real
Para mim poderoso não é aquele que descobre o ouro
Poderoso pra mim é aquele que descobre as insignificâncias do mundo e as nossas
Por essa pequena sentença me elogiaram de imbecil
Fiquei emocionado e chorei
Sou fraco para elogios.

(manoel de barros)

terça-feira, 10 de março de 2009

Memória.


Ia postar sobre o dia das mulheres domingo, mas não tive inspiração.

Queria contar uma historia triste que tem me incomodado.

Desenvolvi um trabalho voltado à garantia de direitos humanos à população GLBT em Assis – SP há dois anos atrás onde conheci uma travesti vinda de Cambe que por lá batalhava. Gordinha, como era chamada, era alta, forte, morena e aparentava certa timidez. Há três semana ela foi encontrada muito machucada em uma poça de lama na periferia da cidade e socorrida por um motorista da prefeitura. Usuária de drogas, ela estava SOBRE-vivendo há algum tempo e faleceu assim que chegou ao hospital..

A morte, o descaso da policia, a frieza do assassino que a espancou até a morte, ainda que me afetem, não me chocam tanto quando a postura da mãe.

È sabido que latino-americanos com sangue cristãos, pois, ainda que neguemos eles insistem em correr em nossas veias, não costumam ter uma boa relação com a morte, tendo serias dificuldades em vê-la como rito de passagem ou mesmo como o fim de tudo.

A morte costuma dar-nos a sensação de vazio, de arrependimento de não ter dito isso, feito aquilo, perdoado aquilo outro. Ver ainda que apesar dos pesares, um bocado de coisas boas existiram daquela relação que se acabou e na grande maioria das vezes, são as boas memórias que se sobressaem.

Não para a mãe da travesti assassinada.

A mãe, que não tinha dinheiro pra comprar o caixão, comprou terno e gravata e insistiu em cortar o cabelo da filha.

Eu que não acredito em vida após a morte fiquei estarrecida no descaso desta mãe pra com a memória do ser que ela mesma pariu, viu contrariar os padrões, as regras impostas não só pela sociedade, como por ela mesmo. Que viu a filha abrir mao do convívio com a família, da vida em comunidade, de freqüentar o shopping, trabalhar com carteira assinada, de ter CPF e RG, conta bancaria, namorar, casar, ter filhos, enfim, de existir dignamente, por não corresponder à espectativas e modelos previamente estabelecidos...

Esta mãe não se importou com nada, nada alem da “boa” impressão que ela podia causar às outras pessoas que vissem seu “filho” de terno e gravata.

Sorte que pessoas sensatas lhe impediram de cortar o cabelo e abrir o caixão...

Nem morta ela conseguiu SER...

domingo, 8 de março de 2009

Próprias mentiras...

Acho que já postei isso aqui antes. Li há tanto tempo. Talvez sem entender.

Aliás, nunca a entendi tanto quanto entendo agora.

Tenho dificuldade em assimilar o por que de algumas pessoas se enganam em mentiras que não são capazes de enganar nem mesmo a si mesmas. Por que não optar pelo silencio?

Enfim, são questões tão íntimas. Aliás, as coisa que nós fazemos pra convencer o outro da imagem que acreditamos ter... Céus!!! Viva a atuação...

Reafirmo a lealdade à mim. Ainda que aja arrependimento, ainda que eu erre (e como eu erro). Ainda assim, tento, com todas minhas possibilidades, não fugir de mim... Eu teria vergonha.

Me envergonho de errar. Porque por mais inacreditável que possa parecer, as vezes eu erro, ahahahahah... Erramos...

Devaneios dominicais, da casa de mamãe...

"(...)Avalias facilmente como fiquei depois de ler esta carta. Era um castelo que se desmoronava. Em troca do meu amor, do meu primeiro amor, recebia deste modo a ingratidão e o desprezo. Era justo: aquele amor culpado não podia ter bom fim; eu fui castigada pelas conseqüências mesmo do meu crime.

Mas, perguntava eu, como é que este homem, que parecia amar-me tanto, recusou aquela de cuja honestidade podia estar certo, visto que pôde opor uma resistência aos desejos de seu coração? Isto me pareceu um mistério. Hoje vejo que não era; Emílio era um sedutor vulgar e só se diferençava dos outros em ter um pouco mais de habilidade que eles.(...)"