quarta-feira, 24 de junho de 2009

Ofensas


Meu sobrinho de 4 anos foi ao circo pela manhã e na noite do mesmo dia se irritou com as provocações do meu irmãozinho.
Olhou-me pedindo aprovação para uma reação e quando o dei ele começou:
- Seu, seu, seu... seu globo da morte!
As gargalhadas que se seguiram o seduziram para outras ofensas tão cabulosas quanto esta... Seu microondas, seu cadeado, seu garfo, etc. Xingava e ria, exultante.

Ontem a noite pensava nos xingamentos que meus alunos usam e não se diferem tanto com os da minha infância.
seu gordo baleia
seu gay
seu retardado

Porém, as vezes tomam ares sexuais muito mais criativos do que os da década de 80:
vai dar o cu na zona
sua mae da o cu no bar

Dar o cu é realmente tenebroso... depreciativo

Mas na realidade nem são ofensas. No decorrer da divagação super útil pensei em como ofenderia alguém se assim o quisesse.

Porque vamos combinar, quem nunca quis ofender um funcionário publico com má vontade, o caixa de supermercado impaciente, o garçom desinteressado, o motoboy no transito, o mecânico que acha que você acredita que o carro ta falhando porque a caixa de direção ta com folga, o dentista que jura que existem 11 caries na sua boca, etc, etc, etc

Pra mim não há ofensa maior do que a solidão. Visualize: no auge da discussão você olha e diz: seu, seu, seu sozinho!
Uma vez chamei um babaca e inconveniente de “medonho” e ele teve coragem de voltar e perguntar por que ele era medonho... Coragem!

Devaneios ...